segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Casa

Duas visões de uma mesma coisa ...

Há casas e casas em nossas vidas. Percebo aquelas casas que respiram junto com quem mora nela. Pela manhã ela tem suas janelas abertas, é forçada a respirar com o mundo de fora, recebe uma rápida varrida e se esbalda com um pano molhado no chão. Ao chegar a tarde ela também cochila com os corpos jogados no sofá ... lentamente ela vai recebendo um pão quentinho e suas luzes vão se acendendo pra que ela seja vestida com uma boa roupa de se usar na noite. E assim vai até que ela seja forçada a dormir ... tendo todas as janelas fechadas, portas fechadas, tampa do vaso sanitário abaixada, luzes apagadas e silêncio imposto.
Por outro lado, há casas que se oferecem apenas como templos e não se disponibilizam a assumir, mas apenas a receber, as variações de humor dos moradores e convenções coletivas de como proceder no decorrer do dia sempre tendo como base o respeito ao tempo e natureza do outro.

Fica uma inquietação ...

Perceber até que ponto sua casa se faz mais amorosa pra você pode tornar seu convívio com ela muito mais prazeroso. Às vezes, ela só quer se disponibilizar enquanto templo e assumir sua própria organicidade. Pra que impor a ela uma disciplina fictícia da sua própria cabeça?

Nenhum comentário:

Postar um comentário