sexta-feira, 14 de junho de 2013

Rascunho


Pastel. Tudo em tom pastel.
Algumas poucas cores se destacam no meio da coisa toda.
Alguns tons dos que se destacam acabam escravizados pela lente.
Exercício do instante nesse instante.
Orifício de roubo da alma. Um amontoado de pontos grava
                                                                                    dos
                                                                                    do
                                                                                    d
                                                                                    .
                                                                                    .
                                                                                    .
Espera de anonimato de sucesso. Pernoite de aparição espontânea. Espera.
Nada há além da espera.
O instante há de chegar. Ele chega.
Dá bom dia. Faz sorrir.
Ah, se faz ...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Felicidade

O que é a felicidade?

A felicidade é tão preciosa e simples que dispensa qualquer rigor conceitual que dê a ela a possibilidade de ser ensinada. Felicidade transcende qualquer burocracia, método, imposição e generalizações. Ela está onde nenhuma outra pessoas compreenderá a sua totalidade.
De tão misteriosa ela se torna incorporada em sua pseudo intangibilidade.

Pensando bem, se é que é preciso pensar para chegar a esse tipo de conclusão ... a felicidade é a vida simples, única e complexamente prazerosa.

Escrito em 24/01/2012

Vertigem

A falta que você me faz.
O som da voz, o cheiro da pele, a textura do ser.
Me faz falta o prazer de te observar e me deitar na alegria de te ter ao lado.
Em algum lugar, por algum canal, de alguma forma eu penso em você várias vezes ao dia e você me visita ou me aguarda naquele velho banco confortável de praça.

Nada para fazer, só estar.

A tua felicidade me faz feliz e acho que é assim que vamos seguindo com a sensação de que está tudo certo e de que não nos interessa imaginar que poderia ser melhor.
Te aguardo cheio de certeza que ao te ver, meu mundo vai sofrer mais uma vez aquela sensação de falta de chão. Vontade de voar e rolar nas nuvens por toda a eternidade do aqui e agora.

Escrito em 24/01/2012

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Aberto para (des)balanço

Podemos começar de novo? Ou ano menos começar de fato? Sei que não nos conhecemos mas ... eu não quero ser uma formiga. Quero fazer algo verdadeiramente humano. Não quero um canudo, quero momentos  humanos verdadeiros. QUERO VER VOCÊ E QUERO QUE VOCÊ ME VEJA. Não quero abrir mão disso. Não mesmo.
Podemos aceitar o confronto de nossas almas? Libertar os deuses corajosos e inconsequentes que nos habitam?
Parece que já nos encontramos ...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Casa

Duas visões de uma mesma coisa ...

Há casas e casas em nossas vidas. Percebo aquelas casas que respiram junto com quem mora nela. Pela manhã ela tem suas janelas abertas, é forçada a respirar com o mundo de fora, recebe uma rápida varrida e se esbalda com um pano molhado no chão. Ao chegar a tarde ela também cochila com os corpos jogados no sofá ... lentamente ela vai recebendo um pão quentinho e suas luzes vão se acendendo pra que ela seja vestida com uma boa roupa de se usar na noite. E assim vai até que ela seja forçada a dormir ... tendo todas as janelas fechadas, portas fechadas, tampa do vaso sanitário abaixada, luzes apagadas e silêncio imposto.
Por outro lado, há casas que se oferecem apenas como templos e não se disponibilizam a assumir, mas apenas a receber, as variações de humor dos moradores e convenções coletivas de como proceder no decorrer do dia sempre tendo como base o respeito ao tempo e natureza do outro.

Fica uma inquietação ...

Perceber até que ponto sua casa se faz mais amorosa pra você pode tornar seu convívio com ela muito mais prazeroso. Às vezes, ela só quer se disponibilizar enquanto templo e assumir sua própria organicidade. Pra que impor a ela uma disciplina fictícia da sua própria cabeça?

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

No meio de flores

Um caixão com flores ao redor.
Uma situação nem sempre vista ou recebida com interpretações positivas.
Uma pessoa que faz sua passagem.
Amar ... ser amado!
Desde criança eu penso no enterro de alguém como sendo um ponteiro do quanto aquela pessoa é amada e de tempos em tempos essa imagem aparece novamente na minha cabeça ... com grande frequência o morto sou eu.
Deve ser pelo fato de que a morte faz com que as pessoas reflitam sobre o fato de serem todas igualmente importantes no mundo ... sendo simplesmente o que elas são.
É nessa hora que comparecem aqueles que sempre compartilharam abertamente o amor pela pessoa e aqueles que, por algum motivo, nunca se permitiram compartilhar verbalmente esse sentimento.
Hoje me veio mais uma vez esse pensamento no qual eu era o morto e eu tive a sensação de que se eu morresse hoje ... meu enterro estaria lotado e os presentes saberiam exatamente o que eu pensaria naquele momento.
Amo vocês!
Obrigado por serem as flores.